domingo, 26 de fevereiro de 2012

Expurgando Teresinhas*


Mas tem que me prender
Tem que seduzir
Só pra me deixar...

Oi? Hã? Hein! Quê? Ah! Anota CPF, RG e endereço, Nelson, anota! que chacrinha é essa! tão fazendo miséria no coração... esse povo que chega como quem chega do nada e explode o coração na maior felicidade... não, não é fácil! quando tá escuro e ninguém ouve, fio, parece que dizem: te amo, Maria. você não sabe, Nelson, como é bom se sentir a estátua majestosa por deus estruturada, o coração, não sei porquê, bate feliz...

Depois, fica tudo azul, Nelson! é um tal de beija eu pra cá, seja eu pra lá e acredite, Nelson, estrelas mudam de lugar! e você queria o quê na manhã de um novo amor? hum, hum!?! jacaré vira herói, cavalo fala inglês, tem mais não... não acredita? você só quer um lugar pequeno e que dê pra dois, simplesmente um lugar de mato verde, pra ter somente certeza dos limites do corpo e nada mais...

Mas tudo passa, Nelson! o outro vai embora e faz-se noite no viver... nessas horas, fio, chora flauta, chora pinho, chora o cantor, tá perdido de amor... aparece fio de cabelo no paletó, e as rosas exalam um cheiro dentro de um livro, um inferno! e você só se pergunta: onde estará o meu amor? nem adianta, a voz da noite silencia... o jeito é dizer à tristeza: se chegue, se sente comigo... nessa mesa de bar, garçom, pinga ni mim!!!

Aí, amigo, abusou, tirou partido, abusou. de repente você tá lá, na dança da solidão, só na desilusão, no silêncio da noite, pensado nos dois... bate outra vez a saudade de todos os desejos, dos beijos e do mel, do olhar carinhoso, do abraço gostoso e dos segredos de liquidificador. e ainda tem o pior, Nelson, é quando o ciúme lança a flecha preta no meio exato da gargata... você chora, chora, como é cruel chorar  assim! e é só tristeza que não sai, não sai...

Ah... e no fim! você só lembra daquele delírio sensual, arco-íris de prazer e suspira: ah, bruta flor do querer! pois é, fio, quando fica o dito e redito por não dito e todos acham que você anda bebendo demais... é batata! você pode soltar a sua voz para que todo mundo entenda: cansou de posseiros no seu coração! Pode isso, Nelson?


*texto em homenagem às profundezas do mar sem fim de merda que tem um monte de gente vivendo por aí...

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